A Maneira Como Falamos

O cristão que leva o evangelho começa com tranquilidade. Ele não experimenta tensão. Ele fala como alguém que sabe que o resultado pertence a Deus. Ele carrega a verdade, e não é sobrecarregado por tensão. Ele não trata o momento como frágil ou incerto, mas como uma ocasião preparada pelo Criador. As palavras que ele profere foram escritas antes do tempo. A pessoa à sua frente foi colocada pela providência. A mensagem chega com autoridade. Não há ansiedade nele. Ele permanece relaxado porque a palavra governa o resultado.

Essa compostura cresce a partir do conhecimento. Ele entende que a fé surge do ouvir, isto é, ouvir o evangelho de Jesus Cristo. Ele sabe que o Pai atrai, que o Espírito dá vida, que o Filho recebe todos os que o Pai lhe dá. Essas verdades dissolvem a pressão e a vergonha. O cristão não carrega o fardo de fabricar a fé. Sua confiança repousa na causalidade divina. Isso lhe permite falar de forma clara e paciente. Ele não mede o progresso pelas aparências. Seu papel é dizer o que Deus disse.

A conversa pode se desenrolar de várias maneiras. Alguns momentos pedem explicação, outros pedem firmeza. Ele lê a situação reconhecendo padrões espirituais. Ele ouve por oportunidade e receptividade. O evangelho se move em direção àqueles a quem Deus convoca. O crente evita fingimento ou entretenimento. Ele direciona a conversa para a verdade que salva. Ele passa além de tópicos superficiais e direciona a pessoa para assuntos últimos.

O cristão fala de Deus como a origem e o governante de tudo. Ele fala do homem como culpado por natureza e por ações. Ele explica o julgamento sem restrição ou constrangimento. Cristo aparece no centro, enviado do alto, crucificado sob a lei, ressuscitado em poder. Ele apresenta os fatos em termos claros que não deixam espaço para fuga. Ele anuncia a necessidade de arrependimento e a promessa de perdão. Toda a mensagem pressiona o ouvinte em direção a um veredicto. Cada declaração o move para mais perto da aceitação ou rejeição. Nada é suavizado ou reduzido.

Quando objeções surgem, um crente habilidoso responde na medida em que o evangelho avança. Ele não segue distrações para questões secundárias ou permite que o ouvinte redefina os termos. Ele retorna cada virada da conversa à verdade sobre Cristo e à certeza do julgamento. Ele não permite que a pessoa mude o tópico ou diminua o que está em jogo. A palavra de Deus carrega sua própria força, e o pregador a mantém inalterada.

Quando a fé surge, o cristão se alegra. Ele explica que a fé se expressa por meio da confissão, da adoração e da persistência. Ele direciona a pessoa para as Escrituras e suas promessas. Ele incentiva o crescimento na doutrina e na devoção. A fé, ele explica, é mais do que uma decisão passageira, mas é o início do discipulado. Aquele que crê recebe uma nova identidade e um novo propósito.

Onde surge resistência, o cristão permanece firme e sereno. Ele não bajula nem recua. A verdade foi dita, e a responsabilidade recai sobre o ouvinte. O crente não sente remorso e não faz revisões. Se a pessoa se afasta, ele deixa o resultado para Deus. A semente foi plantada, e a colheita pertence ao Senhor.

Ao final, o cristão não sente exaustão. Sua força permanece. Suas palavras vieram do conhecimento, não do esforço. Ele está cheio de alegria porque obedeceu. Ele se afasta em paz. O que Deus causa, ninguém pode impedir. O que Deus revela, ninguém pode silenciar. Aquele que prega o evangelho termina com a mesma certeza que carregava desde o início.

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