O Poder do Amor
Cristãos foram treinados para falar de amor enquanto evitam qualquer conversa séria sobre poder. Em suas mentes, o amor é a coisa pura, e o poder é a coisa perigosa. Eles acham que estão honrando Deus ao exaltar o amor e manter o poder a uma distância, como se os dois estivessem em tensão um com o outro. Isso produziu uma fé distorcida e não bíblica. Parece nobre para os religiosos e ignorantes, mas é destrutivo. O que resulta é uma igreja que fala sobre amor enquanto recusa os meios pelos quais o amor cumpre seu propósito.
Amor sem poder é amor que não pode agir. Ele se torna a postura de alguém que quer ser considerado compassivo, mas que não suportará a responsabilidade de fazer algo real. A mente se satisfaz com a imagem de ser amorosa, enquanto deixa a outra pessoa na mesma miséria de antes. Os doentes permanecem doentes, os pobres permanecem pobres, e os perdidos permanecem perdidos, mas o cristão se sente bem por ter expressado preocupação. Tal amor não é amor de forma alguma. É egoísmo disfarçado em linguagem religiosa, uma forma de auto-adoração camuflada como piedade. Ele honra a autoimagem da pessoa supostamente amorosa, enquanto desonra Deus ao negar o que Ele deu para trazer ajuda e libertação.
Não só o poder pertence a Deus, mas Deus é poder. A Escritura não apresenta o poder como uma ferramenta que Deus por acaso usa, mas como o seu próprio ser e identidade. Ter vergonha do poder é ter vergonha do próprio Deus. Zombar do poder é zombar daquele que é poder. Aqueles que dizem que o poder é desnecessário, ou que o descartam como uma questão menor, não apreciam o Deus que afirmam adorar. Eles criam um ídolo que chamam de amor, o despojam de poder, e então se curvam diante dele como se fosse o verdadeiro Deus.
O evangelho em si mostra que amor e poder são inseparáveis. Não é apenas o amor de Deus para salvar, mas o poder de Deus para salvar. Se o evangelho fosse apenas amor, seria nada mais do que simpatia divina, incapaz de resgatar alguém do pecado e da morte. O evangelho é eficaz porque o amor de Deus é o poder de Deus em ação. A cruz é o ato decisivo pelo qual Deus garantiu a redenção eterna. A ressurreição é o evento pelo qual Deus exibiu publicamente o triunfo de seu Filho. Chamar isso meramente de amor sem enfatizar o poder é despir o evangelho de sua própria essência.
Nas Escrituras, o Deus que ama é o Deus que opera maravilhas. Seu amor é revelado em obras poderosas que cumprem o seu propósito. Ele cria o mundo pelo seu poder, salva o seu povo pelo seu poder, prospera-os pelo seu poder e cura os enfermos pelo seu poder. Amar a Deus é amá-lo como ele é, o que significa amar o seu poder. Deus age com poder porque ele é poder. Assim como não há Deus sem poder, não há amor sem poder.
No entanto, em muitas igrejas, o poder milagroso é tratado como suspeito. Alguns dizem que é uma distração da verdadeira mensagem, como se os milagres de Jesus fossem uma distração de sua pregação. Outros acusam aqueles que esperam que Deus cure ou liberte de serem carnais, como se a santidade de Deus e o poder de Deus pudessem se opor um ao outro. Isso é mais do que ignorância, mas blasfêmia. É falar das obras de Deus como se fossem obras de homens, sugerir que suas ações se assemelham aos motivos corruptos deste mundo. Tais pessoas aprenderam a falar mal das coisas que não entendem.
O poder milagroso não é um acessório para a vida cristã. Ele é uma expressão da vida do próprio Deus. O Espírito Santo habita no crente não como um princípio ou ideia, mas como poder todo-poderoso. Os primeiros discípulos viraram o mundo de cabeça para baixo pela pregação da palavra acompanhada por sinais e maravilhas. Paulo confrontou os coríntios com a demonstração do Espírito e do poder, para que a fé deles não se baseasse na sabedoria dos homens, mas no poder de Deus. Este é o único padrão bíblico.
O amor impotente é alheio às Escrituras e alheio a Deus. É uma falsificação que mantém as mãos limpas ao se recusar a fazer qualquer coisa pela fé. Ele se passa por humildade, mas na verdade é uma rejeição da natureza de Deus. O amor de Deus é o poder de Deus em movimento. Ele produz efeitos reais para beneficiar as pessoas.
Aqueles que amam a Deus devem amar o seu poder. Eles devem desejá-lo, honrá-lo e recusar-se a envergonhar-se dele. Eles devem condenar o falso ensino que trata o poder como inferior ao amor, ou como se fosse alguma parte opcional da vida cristã. Se Deus é poder, então o amor do crente por Deus necessariamente amará o seu poder. Dividir os dois é despedaçar a natureza do próprio Deus. O Deus que é amor é o Deus que é poder, e o Deus que é poder é o Deus que é amor.
Se a igreja deseja representar Cristo fielmente, ela deve proclamar ambos igualmente. Ela deve declarar o amor de Deus em termos que revelem o poder de Deus, e o poder de Deus em termos que revelem o amor de Deus. Isso não é uma questão de herança teológica ou estilo denominacional. É uma questão de verdade. Oferecer um sem o outro é oferecer algo menos que o evangelho, menos que o Deus da Bíblia, e menos que a esperança que ele deu ao mundo.
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