Andando pela Fé como uma Criança

A menos que vos convertais e vos torneis como crianças, jamais entrareis no reino dos céus. (Mateus 18:3)

Uma criança aprende a andar dando passos, caindo e se levantando novamente. A queda pode trazer um momento de choro, mas o pensamento de desistir nunca entra na mente. A criança continua sem planejar uma retirada. Não há cálculo das probabilidades ou análise de tentativas passadas. O desejo é andar, e esse desejo governa o processo. As quedas são logo esquecidas. A criança não desenvolve uma filosofia de derrota, nem há uma vergonha persistente que impeça a próxima tentativa.

A mente da criança está livre das cicatrizes que os adultos frequentemente carregam. Não há constrangimento duradouro que se prenda a um erro. Não há identidade moldada pelo fracasso. O próximo passo é dado como se a última queda nunca tivesse acontecido. A atenção permanece no ato em si, não na possibilidade de cair novamente. Isso não é negação da realidade, mas uma recusa em se deter no que não tem poder para definir o resultado.

Em contraste, adultos tendem a viver com uma consciência constante de derrotas passadas. Eles transformam cada revés em um estudo de caso sobre por que o sucesso pode nunca vir. Eles se tornam habilidosos em formar explicações que protegem sua imagem. Eles falam de Deus de maneiras que os absolvem de responsabilidade. Eles desenvolvem teologias intricadas para justificar a fraqueza. Eles começam a questionar se foram destinados a ter sucesso, se foi alguma vez a vontade de Deus que eles andassem em primeiro lugar.

Aqui é onde a diferença deve ser esclarecida. A fé não é um experimento para ver se somos escolhidos para uma vida de poder. Não é um privilégio raro concedido a poucos. Deus chama todo crente a viver pela fé. É a vida para a qual fomos criados para viver. Somos feitos para ver orações respondidas, para operar milagres, para obter promessas e para realizar proezas em nome de Jesus. Estas não são exceções à vida cristã. Elas são o seu estado normal.

A criança não começa com perguntas sobre se o pai quer que ele ande ou se ele tem o direito de andar. A criança anda porque andar é a coisa a se fazer. Da mesma forma, nós cremos porque crer é a coisa a se fazer. A palavra de Deus fala, e nosso lugar é agir de acordo com ela. A fé pensa em fazer, não em falhar. Ela olha para frente para o próximo passo em vez de para trás para a última queda. Ela trata a promessa como a realidade controladora e se move de acordo.

O orgulho não tem lugar aqui. O orgulho nos faria parar e preservar nosso status explicando por que nada aconteceu. O orgulho nos impediria de outra tentativa para que pudéssemos guardar nossa reputação. O orgulho preferiria proteger a ilusão de sabedoria do que enfrentar a humildade do esforço repetido. A fé joga o orgulho fora e se move novamente. Ela recusa aceitar a paralisia.

Fé como a de uma criança não é imaturidade. É a recusa em se tornar o tipo de adulto que aprendeu a acomodar a incredulidade. Devemos amadurecer no entendimento, na força, na habilidade, mas não na suspeita de que milagres são improváveis e as promessas de Deus são frágeis. A persistência da criança deve permanecer em nós mesmo enquanto nossa doutrina cresce. A ousadia de tentar novamente após cair nunca deve nos deixar.

Os passos de fé podem ser pequenos ou grandes, mas a mesma regra se aplica. Continue se movendo. Não crie uma religião que o proteja da vergonha de tentar. Não deixe que as quedas se tornem sua teologia. Fixe sua mente no ato de caminhar. Quanto mais você caminha, mais você entra na vida para a qual nasceu para viver.

📖 Artigo original:

Walking by Faith as a Child ↗