Opressão Não É Liderança

Esposas, submetam-se aos seus próprios maridos, como ao Senhor. Pois o marido é o cabeça da esposa assim como Cristo é o cabeça da igreja, seu corpo, e é ele mesmo o seu Salvador. Maridos, amem as suas esposas, como Cristo amou a igreja e entregou-se por ela. (Efésios 5:22–25)

Deus estabeleceu a ordem na família e na igreja. Ele atribuiu autoridade aos homens nesses contextos, e isso não é negociável para aqueles que afirmam crer na Bíblia. A autoridade em si é boa, porque reflete a ordem que Deus incorporou na criação e na redenção. No entanto, a autoridade só é justa quando exercida da maneira que Deus ordena. O padrão é Cristo. Sua liderança como cabeça sobre a igreja é o modelo para a liderança como cabeça de um marido sobre sua esposa, e para os presbíteros na igreja sobre a congregação. Cristo governa de uma maneira que serve, santifica e fortalece a igreja.

A liderança de Cristo produz vida. Sua autoridade é inseparável de seu sacrifício. Ele não oprime a igreja nem a explora para seu próprio conforto. Ele trabalha para apresentá-la santa, imaculada e gloriosa. Quando a Bíblia diz aos homens para exercer autoridade sobre as mulheres, não está lhes dando permissão para satisfazer seus egos ou dominar para ganho pessoal. Está lhes ordenando que assumam a responsabilidade pelo bem-estar espiritual daqueles sob seus cuidados, mesmo ao custo de seu próprio conforto e vida.

Na prática, igrejas que defendem o ensino bíblico sobre a autoridade masculina frequentemente o levam além do que a Escritura faz. Elas anexam regras extras, restrições e atitudes que servem a si mesmas em vez de a Cristo. Isso produz uma cultura de controle e exclusão. Torna-se um ambiente onde os homens usam sua posição para promover preferências pessoais e preservar status, em vez de promover a santidade e a utilidade das pessoas que lideram. Quando isso acontece, o que resta não é autoridade bíblica, mas uma falsificação.

A opressão encolhe aqueles sob autoridade, enquanto a verdadeira liderança os faz crescer em fé e frutificação. A opressão fomenta insegurança e dependência, enquanto a verdadeira liderança equipa e fortalece. Quando líderes suprimem dons e limitam a participação, eles enfraquecem todo o corpo de Cristo. Eles impedem a igreja de receber o benefício do que Deus deu a todo o seu povo.

A autoridade que Deus dá na família e na igreja visa produzir santidade, fé e frutificação. Homens nesses papéis prestarão contas a Cristo pela forma como usaram a autoridade que lhes foi confiada. Não é suficiente manter o controle ou exigir respeito. A questão será se a sua liderança avançou a vida espiritual e a efetividade daqueles que eles lideraram.

Mulheres na igreja são chamadas a seguir a ordem de Deus, mas isso não significa que elas sejam dependentes espirituais, incapazes de pensar, acreditar ou agir de maneiras que avancem o reino. Mulheres podem aprender teologia assim como os homens podem. Maria sentou-se aos pés de Jesus para aprender, e Jesus afirmou que ela havia escolhido a melhor porção. Priscila, junto com seu marido Áquila, instruiu Apolo no caminho de Deus de forma mais precisa. A capacidade de entender a doutrina e de ensiná-la não é limitada aos homens.

Mulheres podem ter fé para milagres assim como os homens podem. A mulher com o fluxo de sangue acreditou que tocar a orla da veste de Jesus a curaria, e ela recebeu exatamente o que acreditou. A mulher sirofenícia recusou-se a ser afastada e obteve a libertação para sua filha. Marta acreditou que Jesus poderia ter impedido a morte de seu irmão, e ela confessou que ele é o Cristo, o Filho de Deus. Deus honra a fé onde quer que ela seja encontrada, e ele responde a ela sem levar em conta o gênero. Mulheres também podem proclamar o evangelho, até mesmo para homens. O primeiro anúncio da ressurreição veio de mulheres. Elas entregaram a mensagem aos próprios apóstolos.

Quando homens em liderança suprimem essas realidades, eles não estão preservando a ordem bíblica. Eles estão negando o que Deus revelou nas Escrituras e o que ele fez na história. Eles estão agindo como se suas regras pessoais pudessem melhorar a palavra de Deus. Eles estão tratando a autoridade como uma posse pessoal em vez de como uma confiança de Deus.

Liderança na igreja e no lar deve reconhecer e desenvolver a fé daqueles sob seus cuidados. Os homens são chamados a ensinar as mulheres, mas também a ouvir quando Deus fala por meio delas. Eles são chamados a guiar as mulheres rumo à maturidade em Cristo, não para mantê-las na infância espiritual. Isso significa encorajá-las a aprender, a crer, a falar e a agir como membros plenos do corpo de Cristo.

Líderes que usam a autoridade para menosprezar ou controlar enfrentarão julgamento. Deus já falou contra pastores que se alimentam em vez do rebanho. Em Ezequiel 34, ele condena aqueles que governam com dureza e brutalidade. Em Lucas 11, Jesus repreende os líderes religiosos por carregarem as pessoas com fardos que elas não podem carregar, enquanto se recusam a mover um dedo para ajudar. Tal liderança é uma desonra ao nome de Deus e uma violação direta de seu mandamento.

Uma cultura de igreja saudável refletirá o padrão da liderança de Cristo. A autoridade será exercida para o benefício daqueles sob ela. As mulheres serão valorizadas por sua fé, seus dons e suas contribuições para a missão da igreja. A ordem que Deus estabeleceu será mantida, mas será preenchida com a vida e a liberdade que sua ordem pretende produzir. A igreja se tornará um lugar onde cada membro é equipado e encorajado a servir de acordo com o chamado de Deus, sem as barreiras artificiais que o orgulho humano inventa.

Homens em posições de autoridade devem examinar a si mesmos. Estão eles usando seu papel para avançar a santidade e a fé daqueles que lideram? Estão eles seguindo o exemplo de Cristo, que se entregou pela igreja? Estão eles produzindo uma cultura onde as mulheres são fortalecidas em sua fé e utilidade, ou uma onde elas são enfraquecidas e silenciadas?

Cristo ama a igreja e se entregou por ela. Ele exerce autoridade de uma maneira que leva à santidade, frutificação e glória. Aqueles que lideram em seu nome devem fazer o mesmo. Qualquer outra coisa é uma rejeição de seu exemplo e um mau uso da autoridade que ele concedeu. A igreja não precisa de homens que se apegam à sua posição por si mesmos. Ela precisa de homens que entendam que a autoridade é um meio para servir, ensinar, fortalecer e apresentar o povo de Deus completo em Cristo.