A Linha Divisória

Deus ungiu a Jesus de Nazaré com o Espírito Santo e poder; e como ele andou por toda parte fazendo o bem e curando todos os oprimidos pelo diabo, porque Deus estava com ele. (Atos 10:38)

Quando Pedro pregou à casa de Cornélio, ele não começou com filosofia especulativa ou exortações morais. Ele não resumiu Jesus falando de causas sociais ou reforma política. Ele introduziu o evangelho com uma frase que cortou através de toda ideia falsa e foi direto ao coração do ministério de Cristo. Ele disse que Deus ungiu Jesus com o Espírito Santo e com poder, e que Jesus andou por toda parte fazendo o bem e curando todos os oprimidos pelo diabo. A introdução é deliberada. Jesus Cristo é o curador, e Satanás é o opressor. A cura é boa, e a doença é má. Esta é a linha divisória.

Pedro escolheu isso como o ponto de partida de sua mensagem porque era o ponto de partida do ministério de Cristo. É o ponto de primeiro contato entre o céu e a terra na vida de Jesus. Quando o Espírito veio sobre ele, o resultado imediato foi cura, libertação e liberdade da opressão satânica. Isso estava no centro da mensagem de Pedro. Isso expressava o evangelho como ele o entregou, o evangelho como Deus o projetou, e o evangelho que ainda deve ser proclamado hoje. O ministério de cura é a introdução de Cristo.

As palavras em si traçam a linha para nós. Jesus fez o bem curando. Satanás oprimia com doenças. Todo pregador que se identifica com Cristo deve ficar do lado da cura. Todo pregador que desculpa ou endossa a doença se identifica com Satanás. Não há meio-termo. Jesus fez o bem, Satanás fez o mal. Jesus curou, Satanás oprimiu. Ensinar o contrário é inverter as palavras de Pedro e perverter o próprio evangelho.

O texto diz que a cura é boa. Essa verdade simples é uma acusação contra incontáveis púlpitos e seminários que poluíram a igreja com mentiras. Eles disseram que a doença vem de Deus e que é um dom para santificar. Eles alegaram que a cura passou, ou que Deus às vezes cura, às vezes não, de acordo com um plano misterioso que não pode ser conhecido. Mas Pedro não pregou nenhuma dessas coisas. Ele traçou uma linha, e eles estão do lado errado dela. Eles não pregam Cristo, pregam contra ele. Eles não se identificam com a obra dele, opõem-se a ela. Ao fazerem isso, eles se aliam ao opressor.

A identidade de Cristo é que ele é o curador. Pedro não disse: “Jesus foi ungido, e ele saiu ensinando moralidade e clamando por reforma cultural.” Ele disse que Jesus saiu curando os oprimidos. Essa é a introdução de Cristo. Quando as pessoas afirmam introduzi-lo hoje, mas negligenciam suas obras de cura, elas estão introduzindo outro Jesus. Elas estão substituindo o Filho ungido por um ídolo de sua imaginação. O verdadeiro Jesus, aquele que veio de Deus, é conhecido como o curador.

A doença é maligna. Ela nunca é um dom. Ela nunca pertence ao crente. Ela é descrita nos mesmos termos que os demônios. Em Mateus 8, o Evangelho agrupa o poder de Jesus sobre ambos. Ele expulsou demônios e curou os doentes. O texto apresenta a doença e os demônios como uma única realidade de opressão, ambos destruídos pela expiação que vai da profecia ao evangelho até o testemunho apostólico. A cruz carregou tanto o pecado quanto a doença, tanto os demônios quanto a enfermidade, e ambos foram esmagados por Cristo.

Se os demônios são maus, então a doença é má. Se os demônios devem ser expulsos, então a doença deve ser curada. Nenhum pregador ousaria dizer que devemos abraçar demônios como um ato santo de adoração a Deus. Tal pregador seria exposto e expulso como um blasfemo. No entanto, incontáveis pregadores têm dito que devemos abraçar a doença como um dom, em uma atitude de humilde submissão à vontade de Deus. Eles dizem que se submeter ao tormento da doença é um ato de piedade, que a rendição à dor é um sinal de santidade. Eles são falsos mestres. Devem ser identificados como inimigos de Cristo, porque promovem a obra de Satanás e resistem à obra de Jesus.

Assim como a cura é boa e a doença é má, o mesmo pode ser dito dos pregadores. Pregadores da cura são bons, e pregadores da doença são maus. Aqueles que proclamam o ministério de cura de Jesus continuam sua obra na terra. Eles impõem sua vitória sobre a doença e afirmam a vontade de Deus. Aqueles que se opõem ou negligenciam a cura estão trabalhando contra o evangelho. Eles estão ao lado do diabo. A linha divisória atravessa toda igreja e seminário, e toda instituição cristã. Seja uma pequena congregação ou uma denominação global, a linha é a mesma. Ou eles pregam Jesus, o curador, ou pregam Satanás, o opressor.

Se a doença é um mal como os demônios, então nossa atitude deve ser a mesma em relação a ambos. Devemos tolerar demônios? Devemos encorajar os crentes a convidá-los como se fossem dons de Deus? Não, nós os expulsamos. Então, como podemos tolerar a doença? Como podemos apresentá-la como uma bênção, ou encorajar os crentes a aceitá-la? Aqueles que ensinam tais coisas são tão malignos quanto aqueles que nos exortariam a acolher demônios. E se isso significa que devemos remover mais de noventa por cento de nossas faculdades e bibliotecas, que assim seja. Se isso significa que seminários inteiros devem fechar, que assim seja. Fique com o bem ou fique com o mal. Pregue Cristo o curador ou pregue Satanás o opressor.

Considere também a maneira como os apóstolos introduziram Cristo. Em Atos 2, o evangelho foi anunciado com poderes proféticos. Em Atos 10, foi anunciado com milagres de cura. Em cada estágio, o evangelho foi introduzido pelo sobrenatural. Esse era o caminho de Deus. O Espírito veio com línguas de fogo, com profecia, com cura, com milagres. Essas eram as credenciais de Cristo e de seus apóstolos. Esses eram os sinais do reino e as marcas da verdadeira igreja. No entanto, como muitos introduzem Cristo hoje? Eles falam de política, de história, de moralidade, de questões culturais. Eles travam guerras sobre aborto, homossexualidade e decadência social, enquanto negligenciam o ministério de cura e o poder sobrenatural do Espírito. Eles introduzem um Cristo cultural, um Cristo de ideias políticas, um Cristo sem o Espírito e sem poder. Esse não é o Cristo que Pedro pregou.

Se quisermos ser fiéis, devemos apresentar Cristo da maneira como os apóstolos fizeram. Devemos apresentá-lo como aquele ungido com o Espírito Santo e com poder, que andou por toda parte fazendo o bem e curando todos os oprimidos pelo diabo. É assim que o evangelho deve começar. Se começarmos apenas com o pecado, perdemos a plenitude da redenção. Se começarmos com questões sociais, perdemos completamente o reino. Mas se começarmos com a cura, com o poder, com o sobrenatural, então apresentamos o Cristo que veio de Deus, e marcamos a linha divisória que o separa de Satanás.

O evangelho começa com um confronto. Jesus cura, Satanás oprime. Jesus liberta, Satanás escraviza. A cura é boa, a doença é má. Aqueles que se posicionam com a cura se posicionam com Cristo. Aqueles que se posicionam com a doença se posicionam com Satanás. Isso não é uma doutrina secundária ou um debate marginal. É o evangelho em si, e a linha divisória traçada por Pedro quando o introduziu. Estar do lado errado é rejeitar o evangelho logo no início. Estar do lado certo é se posicionar com Jesus, o curador, o Cristo de Deus, ungido com o Espírito e com poder.

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The Dividing Line ↗