O Evangelho Amigável aos Buscadores do Sofrimento

“Porque o meu jugo é suave e o meu fardo é leve.” (Mateus 11:30)

Cristo traçou uma linha entre o seu caminho e o caminho da religião sem fé. Ele falou como mestre e rei, chamando os homens para si com palavras de descanso. Seu jugo alivia a alma porque o Espírito fornece força para suportá-lo. Seu fardo traz vida porque a graça o carrega. O chamado de Jesus cria uma vida que se move no poder de Deus, livre do esforço humano. Sua autoridade liberta. Sua autoridade cura. O único sofrimento que o acompanha vem da resistência daqueles que odeiam o evangelho.

O crente sofre por Cristo quando a perseguição surge. A dor que pertence ao discipulado surge da oposição ao evangelho e da resistência por parte de religiosos infiéis. Essa foi a história da própria vida de Jesus. Ele curou os doentes. Ele multiplicou a comida. Ele deu paz às almas atribuladas. Nenhuma dessas obras lhe causou dor. Suas feridas vieram do ódio dos escribas, fariseus e governantes que não podiam tolerar o poder de Deus entre eles. Eles resistiram ao Espírito e voltaram sua fúria contra aquele que carregava o poder. O mesmo padrão governa aqueles que o seguem. A cruz em nossos ombros é o desprezo da incredulidade. As chibatadas em nossas costas vêm dos perseguidores. Doença, pobreza e comunhão rompida pertencem à maldição da qual Cristo nos redimiu. Elas não definem o discipulado, porque a redenção as removeu. A vida de fé carrega o opróbrio dos homens, não a escravidão da maldição.

Um slogan desgastado obscurece esta verdade. Muitos acusam a pregação da fé, da cura e da prosperidade de ser amigável aos que buscam. Eles afirmam que a facilidade na vida cristã deve significar compromisso. Esta acusação desmorona sob escrutínio. Se um homem se importa apenas com comida e roupa e recusa Deus completamente, então uma mensagem que promete comida e roupa à parte de Deus seria amigável aos que buscam para ele. Isso agradaria a carne enquanto deixa a alma intocada. Nenhum pregador transmite tal mensagem. Aqueles mais criticados por pregarem a abundância exortam seus ouvintes a buscar a Deus com mais fervor do que seus críticos fazem. Eles insistem no cuidado do Pai. Eles pressionam os homens a confiar em sua palavra. Toda a sua mensagem gira em torno de buscar a Deus.

A verdadeira mensagem amigável aos buscadores alimenta o orgulho religioso. Ela apresenta o sofrimento como devoção e reembala a privação como santidade. A doença torna-se um distintivo de honra, a pobreza um sinal de consagração. Esse ensino treina as pessoas a se sentirem santas por meio da miséria e da perda, a medirem a fé pelo que escapa de suas mãos, e a julgarem os outros pelo quanto eles se rendem. Em vez de exaltar Cristo, exalta o esforço humano e transforma o orgulho em uma virtude. Desfila a resistência na miséria como se isso fosse a substância da piedade. No final, a mensagem constrói um palco para o homem exibir suas feridas e chamar o espetáculo de fé. Essa é a religião amigável aos buscadores para os orgulhosos, projetada para satisfazer aqueles que recusam a graça de Deus.

Esse espírito repete o antigo padrão dos judaizantes. Nos dias dos apóstolos, eles se infiltraram nas igrejas. Eles observavam a liberdade dos crentes e tentavam arrastá-los de volta à escravidão. A inveja se escondia sob o seu zelo, e o medo impulsionava sua paixão. A visão de homens caminhando livres na graça os provocava, então eles exigiam a circuncisão e cerimônias como marcas de justiça. A confiança na promessa eles rotulavam como presunção, e a liberdade em Cristo eles chamavam de licenciosidade. Eles se apresentavam como defensores da fé, mas toda ação a minava.

O mesmo espírito religioso maligno age em nosso tempo. Ele zomba da cura e ridiculariza a prosperidade. Ele repreende os crentes que esperam abundância e envergonha aqueles que confessam as promessas de Deus. Seu trabalho é a perseguição realizada dentro da casa da fé. Os inimigos de fora odeiam Cristo abertamente, mas esses intrusos corrompem de dentro. Eles usam a santidade como máscara enquanto corroem a confiança na palavra de Deus. Sua mensagem é amigável aos mais destrutivos buscadores de todos, homens impulsionados pelo orgulho que resistem à graça de Cristo a cada passo.

O Senhor fala de outra forma. Seu jugo é suave porque o Espírito capacita o crente. O Espírito inscreve a lei no coração e produz obediência. Cristo promete o cêntuplo nesta vida. Casas estão nessa promessa. Famílias estão nessa promessa. Terras estão nessa promessa. Relacionamentos restaurados estão nessa promessa. Uma sombra permanece: a perseguição vem com isso. No entanto, a sombra cai de fora. As bênçãos em si trazem alegria. Elas trazem estabilidade e fecundidade. A perseguição surge apenas porque o mundo e o religioso infiel não suportam a visão da graça em ação. Eles veem a prosperidade como julgamento sobre sua pobreza. Eles veem a cura como exposição de sua incredulidade. Eles veem a fé como prova de que estão condenados. Sua fúria se torna o único sofrimento que se apega ao crente. Cristo torna toda outra parte fácil. O Espírito torna cada passo leve. Mas, mesmo assim, Jesus disse que ele venceu o mundo.

A voz de Cristo se eleva acima de toda distorção. Seu jugo é suave. Seu fardo é leve. O sofrimento para o crente pertence à perseguição pelo evangelho, nunca à privação que Cristo quebrou na cruz. Crer nisso é andar em liberdade e força. Viver por isso é abraçar o cêntuplo e aceitar o opróbrio que vem com ele. A fé recebe a cura e suporta o escárnio por crer nela. A fé recebe a prosperidade e carrega o ridículo por confessá-la. Aqueles que rejeitam o evangelho sofrem desnecessariamente. Eles cambaleiam sob a pobreza, a doença e a comunhão rompida, e chamam isso de santo. Eles se agarram a fardos que Cristo já ergueu.

📖 Artigo original:

The Seeker-Friendly Gospel of Suffering ↗