As Melhores Coisas Permanecem Eternamente

A frase “as coisas boas nunca duram” tornou-se uma maneira comum de explicar a natureza passageira da felicidade. As pessoas dizem isso com um suspiro, como se para reconhecer que a vida sempre retoma o que dá. A beleza desvanece, a força enfraquece, as amizades se afastam, e os prazeres expiram. É recebido como sabedoria, mas na verdade expressa desespero. Pertence a uma visão de mundo que não tem Deus e nem esperança, e por essa razão reduz toda experiência à futilidade. Acreditar que as coisas boas nunca duram é viver sob a sombra do niilismo. É imaginar que a vida concede breves momentos de deleite apenas para apagá-los com o tempo, e que o apagamento em si é a palavra final. Tal visão de mundo não pode sustentar a dignidade humana ou a alegria. Produz gerações de pessoas que vagam em decepção. À medida que envelhecem, tornam-se cansados, e muitos descem para a depressão e o suicídio.

Isso é o que significa viver sem Deus. Quando a criação é negada, a vida se reduz a um acidente. A rejeição da redenção deixa o sofrimento sem propósito. A eternidade posta de lado torna a morte o fim. Sob tal sistema, a permanência desaparece de tudo. A alma humana ainda anseia por um significado que perdure, mas a incredulidade deixa apenas decadência e memória que se desvanece. Os homens se esforçam por riqueza, mas a perdem por meio da ruína ou da morte. Eles trabalham por conquistas, mas os monumentos que erguem eventualmente caem. Eles confiam em relacionamentos, que a traição, a distância e a mortalidade levam ao fim. O ditado de que as coisas boas nunca duram torna-se uma confissão de que a vida é regida pela entropia.

É importante reconhecer que esse desespero não é uma ilusão ou um mal-entendido. O incrédulo está correto quando sente a futilidade de sua existência. À parte de Jesus Cristo, tudo o que ele ama passará. Ele envelhecerá e morrerá, e seu corpo apodrecerá no chão. A família que ele valoriza desaparecerá na história. As causas às quais ele se dedica perderão ímpeto, mudarão de direção ou terminarão em derrota. Até mesmo a memória de sua vida se desvanecerá até que o mundo siga em frente sem ele. Alguns nomes sobrevivem nos livros de história, mas isso não é um consolo real, pois as pessoas que os lembram eventualmente desaparecem também. Viver sem Deus é viver sob a certeza da perda. O problema com a declaração de que as coisas boas nunca duram não é que ela seja imprecisa para o incrédulo, mas que ela o deixa preso no desespero, sem caminho de escape.

Isso explica a epidemia de desesperança em nossa era. As sociedades ficam mais ricas, mais educadas e mais avançadas tecnologicamente, mas a taxa de suicídio permanece alta. Muitos são medicados simplesmente para suportar o tédio da vida diária. Eles confessam que nada satisfaz, e os melhores prazeres servem apenas como escapes temporários da miséria. Quanto mais eles ganham, mais descobrem que não podem mantê-lo. Esta é a condição daqueles que vivem sem Jesus. Seu desespero é razoável, pois segue diretamente de sua incredulidade.

A fé cristã declara o oposto. Ela proclama que as melhores coisas duram para sempre. Em Cristo, as sombras temporárias são substituídas pela realidade permanente. A ressurreição de Jesus é o ponto de virada da história porque revela que a decadência não é a lei final. O sepulcro não pôde retê-lo, e o reino que ele estabeleceu nunca terá fim. Aqueles que lhe pertencem recebem a vida eterna, e sua herança não pode ser perdida ou diminuída. O que os incrédulos provam como alegrias breves que rapidamente se dissipam, os crentes conhecem como vislumbres da vida eterna que é deles em Cristo.

É por isso que os cristãos podem enfrentar o sofrimento com paciência e coragem. Por meio de Cristo, eles obtêm vitória mesmo nesta vida, porque o seu poder opera neles agora e na era vindoura. As provações deste mundo podem tentar nos oprimir, mas Deus as reverte continuamente com as suas bênçãos, e essas bênçãos alcançarão o seu pleno significado na eternidade. A dor perde a sua autoridade porque Cristo garantiu o triunfo sobre ela. A própria morte fica desarmada, reduzida a uma porta de entrada para uma vida maior. A história do crente é definida pelo poder de Cristo, onde as vitórias se multiplicam no presente e a alegria aumenta para a eternidade. Onde o descrente conclui que tudo termina, o crente confessa que em Cristo tudo continua e perdura para sempre.

Considere a diferença que isso faz para o significado do amor. Em uma visão de mundo sem Deus, os relacionamentos mais profundos estão condenados a se dissolver na morte. O vínculo mais íntimo, seja na família ou na amizade, não pode escapar da erosão do tempo. Mas em Cristo, o amor entre os crentes está ancorado na eternidade. A unidade do povo de Deus é garantida pela vida do próprio Jesus. Ela não está sujeita à decadência, mas cresce em direção à perfeição. O que o incrédulo experimenta como frágil e temporário, o cristão desfruta como indestrutível.

O mesmo vale para a alegria. No mundo, a felicidade é passageira, como uma faísca que brilha por um momento antes de se apagar. Ela depende de circunstâncias que mudam e desaparecem. Em Cristo, a alegria é permanente porque se baseia nas promessas imutáveis de Deus. A fonte dessa alegria vai além da saúde, da riqueza ou da aprovação humana; ela está fundamentada na realidade eterna da salvação. Portanto, ela não é afetada pelas mudanças da era presente. A alegria do crente não se desvanece, mas se fortalece na eternidade.

Essa permanência define todos os aspectos da vida cristã. A paz de Deus é reconciliação eterna, nunca reduzida a um breve alívio do conflito. A justiça do crente é a justiça duradoura de Cristo, não um momento fugaz de esforço moral. A glória de Deus supera os aplausos dos homens, pois é vida em sua presença e nunca desvanece. Tudo o que é melhor está assegurado, e nada pode tirá-lo.

Para o incrédulo, as coisas boas nunca duram. Para o cristão, as melhores coisas duram para sempre. A diferença reside inteiramente na presença ou ausência de Cristo. Somente Ele abole a morte e traz à luz a vida e a imortalidade. Somente Ele concede significado eterno ao que, de outra forma, se dissolveria em futilidade. O incrédulo vive em desespero porque sua visão de mundo o condena à perda. O crente vive em esperança porque sua fé o une Àquele que conquistou a perda.

Essa verdade faz mais do que responder perguntas filosóficas. Ela remodela toda a experiência humana. Sem Cristo, o mundo é um lugar de prazeres temporários que expiram na morte. Com Cristo, o mundo é o início de uma alegria eterna que cresce em glória. Sem Cristo, a única conclusão razoável é a depressão e o suicídio. Com Cristo, a vida carrega um propósito eterno, e até a morte se torna ganho. Crer nele é trocar o desespero pela esperança, a decadência pela permanência, e a futilidade pela realização. Para o cristão, as melhores coisas da vida duram para sempre.

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The Best Things Last Forever ↗