'Oração: A Acolhida da Fé'
Tem sido dito que Deus não faz nada sem oração. Isso é falso. Mais do que falso, é blasfemo. Deus tem agido desde a eternidade. Ele falou o universo à existência sem um convite. Ele escolheu o seu povo e planejou a redenção deles muito antes de qualquer homem respirar ou elevar a voz em oração. Ele ressuscitou Cristo dentre os mortos pelo seu próprio poder. Ele julgou reis e humilhou nações, quer os homens orassem ou não. Ele é Deus. Ele faz o que lhe agrada nos céus e na terra. Ele não precisa de oração para agir, nem de homem para iniciar a sua vontade. Ele não está preso à oração. Mas ele se deleita nela. Ele ordenou que muitas das suas obras prossigam por meio dela. Não porque ele precise ser persuadido, mas porque ele escolheu trabalhar com aqueles que creem nele. Ele não requer oração para agir. Ele escolhe agir por meio da oração.
Isso significa que a oração nunca é uma tentativa de subjugar Deus. Não é uma forma de coerção espiritual. Não estamos tentando forçar a mão dele ou invadir o seu trono. Não é um concurso de vontades, e não somos mais fortes do que ele. Se pudéssemos subjugar ele, não precisaríamos dele. E se fôssemos mais fortes do que Deus, ele não seria Deus de forma alguma. A ideia de que a oração é poderosa porque conquista a relutância de Deus transforma a oração em magia pagã. O poder da oração não está na sua capacidade de prevalecer sobre Deus, mas na ânsia dele em responder ao chamado da fé. A fé não arranca um dom da mão de Deus. Ela recebe as promessas que Deus está zeloso em cumprir. Assim, a oração da fé não é persuasão, mas acolhida. A verdadeira oração não começa com o desespero daqueles que temem que Deus possa dizer não. Ela começa com a confiança daqueles que sabem que, em Cristo, Deus já disse sim.
Na oração, nós recebemos um Deus que está disposto. Ele prometeu cura, prosperidade, sabedoria, amor e vitória em todos os aspectos da vida e da fé. A oração reconhece e recebe a sua bondade. Ela recebe a generosidade que ele declarou. Deus tornou conhecido o seu desejo de salvar e de abençoar. Ele falou essas coisas em Cristo. Quando dizemos: “Deus, nós recebemos a tua cura”, não estamos pedindo que ele decida se vai curar ou não. Estamos recebendo a cura que ele garantiu e realizou. Quando dizemos: “Deus, nós recebemos a tua prosperidade”, estamos tomando o nosso lugar na sua abundância. A oração da fé é um ato de recepção, não de esforço.
Receber Deus em oração é expressar fé nele. É dizer sim às suas bênçãos em Cristo Jesus. Ele enviou o Espírito Santo. Ele garantiu milagres e profecias. Ele fez centenas de promessas concernentes ao nosso sucesso e felicidade. Nós não precisamos apresentar essas ideias a ele. Elas vêm dele. Nossa parte é receber. Um milagre de cura pode não exigir mais esforço do que dizer: “Nós te recebemos para curar este homem” ou “Nós te recebemos para intervir e remover este câncer.” Ele enviou Jesus Cristo para carregar as nossas enfermidades. Ele o fez maldição para que herdássemos a bênção. Quando recebemos a sua cura, ou qualquer outra bênção, estamos recebendo o que foi realizado na cruz. Estamos colocando a nossa confiança na sua promessa e dando a ele um caminho claro para cumprir a sua palavra. Nós dizemos: “Deus, nós recebemos o teu poder aqui.” E ele vem. Nós dizemos: “Nós recebemos a tua justiça nesta questão.” E ele age.
Os infiéis pensam que a oração é uma luta, como se desejassem merecer a resposta ou se sentir nobres na demora. Mas isso é orgulho religioso, não piedade. Deus nunca disse: “Orem até desabar.” Ele disse: “Peçam, e receberão.” Ele não disse: “Convença-me a amar você.” Ele disse: “Eu os amei com um amor eterno.” Ele não disse: “Force-me a abençoá-lo.” Ele disse: “Eu os abençoei em Cristo com toda bênção espiritual.” Se Deus quisesse tornar a oração difícil, ele teria escondido suas promessas. Mas, em vez disso, ele as tornou públicas. Ele as declarou claramente. Ele disse: “Clame por mim, e eu lhe responderei.” A fé o acolhe.
A oração é o simples e ousado acolhimento de uma criança que crê em seu pai. Ela diz: “Pai, eu te agradeço pela tua vontade. Eu acolho a tua promessa. Eu recebo a tua palavra.” Ela não tateia por fórmulas ou questiona os motivos de Deus. Ela não pede cura com uma ressalva. Ela não pede provisão com um tom de vergonha. Ela acolhe o que Deus disse. Ela acolhe tudo o que Deus pode fazer, e se regozija em tudo o que Deus realizou. O homem que ora assim não tem luta. Ele triunfa em paz e relaxamento, porque a carne não conta para nada. Ele entra na sala do trono, não como um mendigo, mas como um filho. Ele não precisa argumentar pela bondade do Pai. Ele está nela.
Este é o verdadeiro espírito da oração. É o acolhimento da fé, não uma luta ou um último recurso. É a linguagem de alguém que acredita que Deus nos dá tudo o que Ele tem e ousa concordar com Ele. É o amém à palavra de Deus. Quando oramos: “Deus, acolhemos a tua graça e poder”, estamos meramente descansando no que Ele começou. E Ele fica feliz em terminar o que inicia.
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