Oração: Peça Porque Você Acredita
E ele disse a eles: “A colheita é grande, mas os trabalhadores são poucos. Portanto, peçam com insistência ao Senhor da colheita que envie trabalhadores para a sua colheita.” (Lucas 10:2)
Jesus instruiu seus discípulos a orar por algo que Deus já queria fazer. A colheita pertencia a Deus. Ele era o Senhor dela e pretendia colhê-la. No entanto, ele disse: “Orai com insistência.”
Há alguns que afirmam que devemos ter fé quando oramos, mas que, no entanto, se apegam ao erro específico de que a fé torna errado pedir a Deus aquilo que ele já deseja dar. Mas é tolo pensar que, se Deus quer fazer algo, então a petição se torna desnecessária ou até indica falta de fé. A suposição é que a fé simplesmente declararia: “Eu tomo isso” ou “Eu tenho isso”. Esse erro surge de um mal-entendido que opõe petição e confissão uma contra a outra, como se fossem mutuamente exclusivas em vez de expressões complementares de fé.
A Escritura nunca retrata a petição em si como algo sem fé. Pelo contrário, ela exalta a oração petição como apropriada e poderosa, incluindo quando ela se baseia no que Deus prometeu. Jesus nos ensinou a orar: “Dá-nos hoje o nosso pão de cada dia.” Ele não disse: “Confesse que você tem pão.” A confissão é uma expressão válida de fé, mas Jesus disse que você poderia pedir. Quando pedimos a Deus que dê o que ele disse que quer dar, isso não é incredulidade. Se esperamos receber porque pedimos, então isso é uma expressão de fé.
Dizer: “Eu recebo a cura”, ou “Eu recebo o dinheiro de que preciso”, muitas vezes é a maneira certa de falar. Essas são expressões de fé, e elas são formas de oração. Tanto a confissão quanto a petição são válidas. Ambas podem estar cheias de fé. O problema é a fé, não a mecânica. O homem que ora: “Senhor, provê para mim”, pode ter mais fé do que o homem que repete uma confissão de forma mecânica. A fé é a substância. A linguagem é a expressão.
É bíblico pedir milagres. Isso não indica espiritualidade de baixo nível ou imaturidade. Jesus disse que o Pai dá bons presentes àqueles que pedem. Ele nunca repreendeu as pessoas por pedirem demais, apenas por esperarem de menos. O centurião e a mulher siro-fenícia foram ambos elogiados por sua fé, e ambos vieram pedindo. Um suplicou por um servo, o outro por uma filha. Jesus não os dispensou com uma lição sobre mecânicas. Seja vindo pedindo ou confessando, Deus honra a fé corajosa e desavergonhada.
Oração é uma expressão natural da fé. Você pode suplicar ou confessar. Você pode pedir uma vez ou repetir. A forma se torna menos importante do que a confiança por trás dela. O poder reside na fé que se aproxima de Deus como um Pai que se deleita em dar, e que deseja ser pedido. Aqueles que recebem de Deus são aqueles que acreditam que seus pedidos importam. Fé não é uma performance para evitar pedir. É a razão pela qual ousamos pedir. É a confiança de que Deus está disposto a agir, e que ele se deleita quando o invocamos para fazê-lo.
Pedir a Deus o que Deus quer dar não é redundante. Jesus disse que a colheita está pronta, e então ordenou a oração. Isso significa que pedir não presume a relutância de Deus. Isso reconhece a sua prontidão. Então pedimos por obreiros. Pedimos por cura. Pedimos por favor e sucesso. Pedimos pelas conversões de homens e mulheres. Pedimos por coisas já prometidas, porque a fé acredita que pedir é o caminho para receber.
Quanto mais acreditamos em Deus, mais livremente pediremos. Quanto mais profundamente confiamos em seus desejos expressos para o nosso bem-estar, mais naturalmente oraremos. A fé não é a ausência de petição, mas a certeza de que a petição é eficaz. Quando confessamos a palavra de Deus, fazemos bem. Quando lhe pedimos que cumpra essa palavra, também fazemos bem. Esses não são métodos concorrentes, mas correntes convergentes de fé. E no dia da colheita, aqueles que pediram por trabalhadores se regozijarão com os ceifeiros. Jesus disse para orar. Então oramos. Não porque Deus é relutante, mas porque ele está pronto. Oramos porque ele quer dar. Oramos porque cremos.
📖 Artigo original: