Você Diz Que Foi Uma Vez
Algumas pessoas começam com uma ostentação. Elas dizem: “Eu costumava ser cristão”, ou “Eu costumava ser carismático”, como se isso resolvesse a questão. Como se a participação passada lhes desse mais credibilidade para rejeitar o que os outros acreditam hoje. Mas isso não é prova de sabedoria. É um sinal de desilusão. Sua história não o valida. Ela o acusa. Tudo o que prova é que você esteve perto o suficiente para saber melhor. Você não está mais qualificado para falar. Você é mais responsável pela sua incredulidade.
Esse padrão aparece em duas formas. A primeira é o homem que agora se chama de ateu. Ele diz que costumava acreditar, mas agora vê através de tudo isso. Na verdade, ele nunca acreditou. Ele seguia um grupo, não a Cristo. Ele observava as pessoas, não a palavra. Quando o grupo o decepcionou, ele saiu. Mas sua partida não foi um movimento do erro para a verdade. Agora ele diz que a fé é infantil e que a Bíblia é falsa, e acha que isso é progresso. Mas ele não cresceu. Ele desceu para o escárnio e o desespero. A Bíblia fala de tais homens em Hebreus 6. Eles provaram, mas não consumiram. Eles viram, mas não se voltaram. Eles estão crucificando Cristo mais uma vez.
A segunda forma é mais sutil. É o homem que ainda alega ser cristão, mas diz: “Eu costumava acreditar em milagres”, ou “Eu costumava ser carismático”, ou “Eu costumava falar em línguas”. Agora ele se denomina reformado, ou sóbrio, ou discernidor. Mas ele compartilha a mentalidade do ateu. Ele também usa a exposição passada para desacreditar a fé presente nos outros. Ele fala como se tivesse se formado para além da ingenuidade. Mas o que ele realmente fez foi substituir o entusiasmo de seus primeiros dias por uma casca dura de suspeita. Ele zomba do que nunca entendeu. Ele acha que se tornou mais profundo, mas apenas se tornou mais frio.
Alguns deles vagam de uma opinião ou tradição para outra, sempre em busca de algo crível. Mas eles nunca olham para Cristo. Eles olham para movimentos, líderes e marcas teológicas. Quando esses os decepcionam, eles atacam, não apenas as pessoas que os iludiram, mas as doutrinas que nunca abraçaram. Eles culpam o Movimento Carismático, ou os pentecostais, ou aqueles que praticam cura e profecia. Mas o problema deles nunca foi o movimento. O problema deles eram eles mesmos. Eles nunca creram na Bíblia. Eles nunca confiaram na palavra. Eles nunca compreenderam a fé.
Eles agora exibem seu cinismo como maturidade. Eles dizem que a Bíblia deve ser interpretada com cautela histórica, não com fé confiante. Eles dizem que os milagres cessaram, porque seus antigos líderes eram fanáticos ou charlatães. Eles citam teólogos em vez de apóstolos, e rebatizam sua fadiga como ortodoxia. Mas eles não se tornaram discernidores. Eles se tornaram derrotados. Sua voz soa como experiência, mas é apenas cansaço. Eles não falam com o discernimento da verdade. Eles falam com o tremor de alguém queimado pelo homem e agora com medo de Deus.
E por que alguém precisaria estar em um movimento para acreditar na Bíblia? Quem te disse que o cristianismo deve assumir a forma de uma tendência, uma cultura, uma facção? Por que você fala da fé apenas em termos do seu antigo grupo, como se todo crente devesse pertencer a uma tribo? Se você só conseguia acreditar quando cercado por barulho, emoção ou popularidade, ou se só conseguia se mover quando carregado por um rebanho, então a fraqueza sempre esteve em você. O Movimento Carismático não te arruinou. Você já era superficial. Você já era instável.
Há pessoas que saem do excesso e se estabelecem. Elas emergem do desordenamento e se tornam frutíferas. Mas você não é um deles. Você alega que saiu da confusão, mas agora rejeita a clareza. Você diz que deixou o erro, mas agora despreza o poder. Você outrora confiava em homens imperfeitos. Agora confia no seu próprio cinismo. Mas você nunca confiou em Deus. Você não se tornou discernidor. Você se tornou suspeitoso de tudo, exceto da sua própria amargura.
Você diz que costumava acreditar em milagres. Mas isso não prova que os milagres falharam com você. Isso prova que você caiu da fé. Você diz que costumava ser carismático. E daí? Quem disse que o resto de nós quer ser carismático? Isso não significa que você superou coisas infantis. Significa que você nunca entendeu a confiança infantil. Você acha que ascendeu à ortodoxia. Mas você apenas encolheu para uma paralisia espiritual. E se agora você resiste ao poder de Deus enquanto ainda reivindica o nome de Cristo, então sua queda é mais silenciosa que a do ateu, mas não menos grave. Você não alega negar o cristianismo. Você o redefiniu à sua própria imagem.
Você diz que já foi cristão, ou já foi carismático, ou já esteve cheio de fé para cura e milagres. Mas o seu passado apenas amplifica a sua condição presente. Se você nunca foi genuíno, então a sua rejeição da verdade não é surpresa. Você era o hipócrita. Mas se você um dia pareceu crer, e agora fala contra a fé, então você decaiu para algo muito pior. Seja você agora se chamando de ateu ou de um cristão mais discernidor, o seu padrão é o mesmo. Você olha para trás para o que nunca compreendeu, e agora usa essa ignorância como uma arma.
Você acha que isso lhe dá autoridade para derrubar o que os outros acreditam. Mas isso apenas expõe que você nunca conheceu a palavra de Deus, nunca confiou na voz de Cristo, nunca andou no Espírito. Sua desilusão não é discernimento. Sua cautela não é discernimento. Sua frieza não é santidade. Seja você agora falando de fora da igreja ou de dentro dela, sua voz resiste ao poder de Deus. E a menos que você se arrependa, seu fim corresponderá à sua incredulidade.
📖 Artigo original: