Cura: Propósitos e Efeitos
A cura se posiciona dentro do evangelho como uma obra que Deus estabeleceu. As Escrituras a anunciam, e a redenção a torna real. Ela serve como mais do que um embelezamento ocasional ou um encorajamento marginal à crença. Ela flui da mesma redenção que remove o pecado e reconcilia a alma com Deus. A palavra de Deus apresenta a cura como uma parte natural da vida sob o seu domínio. Onde quer que o reino venha, a vida suplanta a decadência. O ministério de Cristo estava repleto dessa realidade. Sua morte e ressurreição a confirmaram para que a igreja a levasse adiante.
Um propósito da cura é a cura em si. O corpo importa. Deus criou o corpo. Ele o sustenta. Ele o ressuscitará. Quando a dor parte e a força retorna, quando a respiração vem facilmente novamente e uma pessoa pode se levantar da cama com liberdade, esses resultados são bons em si mesmos. Eles refletem a ordem original da criação de Deus, onde a saúde era o padrão e a doença não tinha lugar. Um crente que recebe cura recebe algo que Deus valoriza. Aliviar o sofrimento é uma forma de justiça. Um pai que pode trabalhar livre de dor pode prover para sua família com alegria. Uma mulher que se recupera pode cuidar de seus filhos e caminhar ao ar livre sob o sol. Tais razões para a cura são sólidas e apropriadas. Elas expressam a bondade de Deus de maneiras tangíveis e memoráveis.
A cura também revela a natureza de Deus. Todo milagre é uma exibição de quem ele é e como ele age. O poder que ordena os céus se volta para um corpo danificado e o repara. A misericórdia que perdoa o pecado também apaga seus sintomas físicos. A santidade remove a corrupção da carne com a mesma certeza que remove a culpa da consciência. Quando os cegos veem e os coxos andam, Deus está se apresentando. Para o pregador, tais momentos transformam o sermão em um comentário sobre o que Deus acaba de fazer. A teologia em palavras está ao lado da teologia em ação, e o ouvinte vê que elas combinam. A cura torna o reino invisível visível.
O mesmo ato que cura o corpo fortalece a fé. A fé repousa na palavra de Deus, e quando essa palavra é confirmada diante dos olhos, a confiança nela desperta ainda mais. Um crente que vê Deus mudar uma condição médica em um instante encontra maior prontidão para confiar nele em outros assuntos. A conexão é bíblica e lógica. Se Deus ordena que as células se reparem, ele pode ordenar que um juiz reverta uma decisão ou que um devedor libere uma reivindicação. Ele pode mover uma nação a abrir uma porta para o evangelho. Jesus e seus discípulos pregaram com sinais que os seguiam. A demonstração de poder reforçou a mensagem e ensinou o público a tratá-la com seriedade e expectativa.
A cura reflete a salvação de uma maneira que explica o evangelho à mente e à imaginação. A doença distorce, aleija e isola. O pecado faz o mesmo à alma. Ambos corrompem o que Deus fez bom. Quando Deus cura, ele reverte os efeitos visíveis da decadência. Quando ele salva, ele reverte a causa mais profunda. O paralítico que anda carrega em seu corpo uma imagem da justificação. O leproso que reentra na comunidade após a purificação experimenta algo como a adoção na família de Deus. Pregadores e mestres podem apontar para esses paralelos para tornar a verdade vívida. A pessoa curada torna-se uma parábola viva, um lembrete de que o Deus que repara o corpo é também o Deus que renova o coração.
Este ministério vai além da igreja. Deus frequentemente cura descrentes. Para eles, isso vem pela disposição dele de curar, em vez de uma garantia de aliança. É um chamado para se voltarem para Cristo e um sinal de que a mensagem é verdadeira. Nos evangelhos, muitos que receberam cura não seguiram Jesus depois, mas os milagres ainda testemunharam sobre a identidade dele. Eles deixaram as pessoas sem desculpa. Tornaram a rejeição mais deliberada. Da mesma forma hoje, uma pessoa distante de Deus pode encontrar a doença removida em resposta à oração. Esse ato exige uma resposta. Ele diz que o Salvador se aproximou de você e tocou sua vida. Ele adverte que se afastar é se afastar daquele que testemunhou para você. A cura nesse sentido faz parte da evangelização, forçando um confronto com a realidade do reino.
A cura é um ministério de misericórdia para os eleitos. Ela surge do amor de Cristo por eles. Ele curou para reforçar seus ensinamentos e expressar seu cuidado. Ele os mudou completamente pelo seu poder. Esse mesmo ministério na igreja hoje mostra a compaixão de Deus em ação. Quando os crentes oram pelos doentes, eles se alinham com o desejo de Cristo pela integridade humana.
A cura também remove a opressão do diabo. A Escritura descreve a doença como parte das obras do inimigo. A Queda introduziu a morte e a decadência, e Satanás as usa para enfraquecer e aterrorizar. Quando Deus cura, ele tira uma arma do adversário. A pessoa que é curada fica mais livre para servir, trabalhar e se alegrar. Cada recuperação marca outro lugar onde o governo de Cristo desloca o governo das trevas. O evangelho proclama esta vitória sobre o pecado e a morte, e a cura permite que as pessoas vejam isso se desenrolar no presente.
Uma igreja que entende a cura dessa maneira a trata como uma parte integral de sua missão. Ela ora pelos doentes com confiança e expectativa. Ela confia que Deus responderá, porque Cristo já garantiu a bênção. Quando as respostas vêm, elas são registradas e lembradas, e incentivam outros a crer. O testemunho de uma cura frequentemente desperta a fé para outra. A congregação se torna um lugar onde as promessas de Deus são tratadas como ativas e onde se espera que seu poder se manifeste de maneiras que possam ser verificadas.
A cura abençoa a pessoa diretamente. Ela exibe o caráter de Deus. Ela fortalece a fé daqueles que a testemunham. Ela explica a salvação por analogia. Ela confirma a mensagem aos incrédulos e testifica contra os réprobos. Ela age como misericórdia para os que sofrem e como guerra contra a obra do diabo. Uma igreja que abraça isso permanece em continuidade com o ministério de Cristo e dos apóstolos. Ela declara que o mesmo Senhor que perdoa o pecado também restaura o corpo, e que o seu reino traz vida onde quer que seja recebido. A cura, então, permanece como uma expressão viva do próprio evangelho.
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