O Mandamento com uma Promessa
Honra teu pai e tua mãe — este é o primeiro mandamento com promessa — para que tudo te corra bem e tenhas longa vida sobre a terra. (Efésios 6:2–3)
O quinto mandamento é notável porque Deus anexou a ele uma promessa explícita. Ele não apenas disse ao seu povo para honrar os pais. Ele acrescentou a garantia de que seus dias seriam longos e seguros na terra que ele lhes estava dando. A palavra de Deus aqui revela mais do que uma regra de conduta. Ela estabelece o princípio de que a vida longa é um dom divino prometido àqueles que vivem em comunhão com ele. Desde o início, a promessa de vida e de prolongamento de dias tem acompanhado a instrução de Deus.
Essa promessa se estende através das alianças. Ela não foi confinada a Israel no deserto, nem foi abolida na nova aliança. Paulo a cita para cristãos gentios em Efésios 6, chamando-a de “o primeiro mandamento com promessa”. Ele não está meramente recontando a história, mas afirmando a continuidade. O que Deus declarou no Sinai, ele reafirma à igreja em Cristo. A promessa de longa vida permanece. O evangelho não a apaga, mas a fortalece, mostrando que a generosidade de Deus se estende até aos menores detalhes da existência humana.
O testemunho do Salmo 91 confirma isso. Ali, o Espírito promete que aquele que habita no abrigo do Altíssimo será satisfeito com longevidade e guardado a salvo da destruição. A praga não se aproximará dele. A calamidade não o dominará. Em vez disso, ele invocará a Deus e será respondido, livrado e honrado. O salmista não apresenta isso como um benefício temporário, mas como uma palavra permanente para aqueles que confiam em Deus. A longevidade é descrita como uma bênção culminante para os fiéis.
Quando Paulo reaplica a promessa em Efésios, ele não a confina à terra de Canaã. Ele fala amplamente da vida em si, declarando que ela pode ir bem e que os crentes podem desfrutar de uma longa vida na terra. Isso mostra que a promessa foi expandida, não mais ligada a uma nação em uma terra, mas estendida onde quer que o povo de Deus viva. A longa vida pertence ao cristão ainda mais do que pertencia aos israelitas. Ela pertence àquele que confia em Cristo.
A permanência dessa promessa também se alinha ao ensino de Jesus. Ele disse que nem a menor letra ou o menor traço da palavra de Deus desapareceria até que tudo se cumpra. Ele advertiu que aqueles que diminuem qualquer parte da instrução de Deus e ensinam outros a fazer o mesmo serão considerados os menores no reino dos céus. Mesmo que o mundo exalte tal pessoa como um erudito ou líder, o céu a chama de pequena. Quando se trata das promessas de Deus, nunca devemos diminuí-las. A vida longa ainda é prometida, e a palavra de Cristo nos exige que a sustentemos em toda a sua força.
O mesmo padrão aparece nas outras promessas que Cristo deu. Ele declarou que aqueles que creem imporiam as mãos sobre os enfermos e eles se recuperariam. Ele prometeu que a oração oferecida em fé receberia o que fosse pedido. Ele assegurou aos discípulos que o Espírito lhes daria palavras, que a profecia edificaria a igreja e que o poder divino acompanharia a pregação do evangelho. Essas promessas permanecem tão reais quanto a promessa de uma vida longa. Deus não fala em vão. Sua palavra carrega tanto comando quanto promessa, e sua promessa permanece firme.
Alguns minimizam essas palavras, agindo como se tais promessas tivessem expirado com outra era. Eles se gabam de serem fiéis às Escrituras enquanto descartam suas garantias mais generosas. Eles constroem um nome para si mesmos enquanto tratam a palavra de Deus como pequena. Mas o Senhor mesmo diz que eles são pequenos, não importa quão grande seja sua reputação. Negar que a vida longa permanece prometida é contradizer as Escrituras. Negar que Deus ainda cura, responde à oração e capacita o crente é contradizer Cristo. Sua negação não pode anular o que Deus falou.
Para aqueles que recebem as promessas, o efeito é evidente. Eles vivem na certeza de que suas vidas não serão interrompidas por acidente, praga ou morte prematura. Eles esperam que a mão de Deus os sustente e os satisfaça com anos. Eles invocam o Senhor e o encontram fiel em responder. Eles veem a saúde restaurada, orações atendidas e poder fornecido. Sua confiança repousa não em pensamento ilusório, mas na palavra de Deus que tem sido confirmada repetidamente.
Vida longa foi prometida no Sinai, celebrada nos Salmos, reafirmada por Paulo e assegurada em Cristo. Deus continua a ligar vida e saúde à sua palavra. Seu povo deve saber disso, confessá-lo e esperá-lo. A Escritura não oferece uma esperança vaga, mas uma promessa concreta. Viver em fé é viver na expectativa dessa mesma bênção.
A promessa de vida longa está ligada à própria natureza da palavra de Deus, que dá vida àqueles que a ouvem. Aquele que confia nele será satisfeito com anos. Aquele que o invoca será livrado. Aquele que se firma em sua palavra viverá longamente sobre a terra. Este é o testemunho das Escrituras antes de Cristo e depois de Cristo, confirmado por apóstolos e profetas, e cumprido pelo Deus que não pode mentir.
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