Entre o Bem e o Mal

Mas Jesus, percebendo-lhes os pensamentos, disse: “Por que vocês pensam maldosamente em seus corações?” (Mateus 9:4)

Quando a Escritura fala de cura, milagres e prosperidade, ela o faz com uma franqueza que não admite hesitação. Essas não são características opcionais da vida cristã, e não são assuntos reservados à curiosidade histórica. Elas são realidades presentes ligadas à palavra de Deus, inseparáveis da fé em Cristo e garantidas àqueles que creem. No entanto, quando essas verdades são levantadas, muitos recuam para evasivas. Eles insistem que o problema reside na interpretação teológica, em estruturas hermenêuticas ou em tradições denominacionais. Eles reduzem os atos de Deus a disputas acadêmicas, como se as promessas do Espírito estivessem abertas a um desacordo educado. Na realidade, a divisão é mais aguda. A questão não está entre tradições interpretativas, mas entre o bem e o mal.

Essa reformulação deve ser tornada explícita. Quando um homem nega que Deus cura em resposta à fé, ele não apenas seleciona uma opção interpretativa entre outras. Ele acusa Deus de infidelidade e zomba de sua palavra como enganosa. As Escrituras apresentam repetidamente Deus como aquele que cura os enfermos, livra da aflição, multiplica a provisão e realiza sinais poderosos para cumprir suas promessas. Afirmar o contrário é acusar o Todo-Poderoso de desonestidade. É mutilar o evangelho ao separar suas promessas de seus mandamentos. Tal negação não pode ser desculpada como um erro de erudição. Ela pertence ao reino da maldade.

Os profetas, Cristo e os apóstolos nunca trataram a incredulidade no poder de Deus como uma diferença de opinião tolerável. Eles a pronunciaram como dureza de coração, como rebelião contra a verdade. Quando Israel duvidou da capacidade de Deus de dar-lhes a terra, ele os julgou indignos de entrar nela. Quando os discípulos vacilaram na fé, Cristo os repreendeu por sua incredulidade. O fracasso em confiar em seu poder nunca foi desculpado como exegese cuidadosa. Foi condenado como pecado. Da mesma forma, pensar que Deus retém a cura e os milagres hoje não é uma postura teológica cautelosa. É o mal se disfarçando de prudência.

A conexão entre cura e prosperidade segue a mesma lógica. Deus se revela como aquele que dá vida, sustenta o corpo e supre abundância para o seu povo. A fé o recebe nessa plenitude. A incredulidade o reduz a um avarento que resgata a alma, mas abandona o corpo, que perdoa pecados, mas retém o pão, que redime da culpa, mas recusa curar doenças. Tal distorção desonra a natureza de Deus, pois divide a sua generosidade em fragmentos e o retrata como mesquinho. Negar a prosperidade, assim como negar a cura, é desprezar a sua bondade. Isso se alinha com o espírito do maligno, que sempre buscou retratar Deus como severo, não confiável e indigno de confiança.

O cessacionismo leva essa rebelião ao seu extremo lógico. Ele afirma que Deus retirou os milagres e dons após a era apostólica, que ele abandonou os próprios meios pelos quais autenticou sua palavra e confirmou seus servos. Isso não é apenas falso, mas perverso. Sugere que o Espírito se retirou de seu povo, que Cristo deixou a igreja sem poder, e que Deus traiu as promessas que havia dado. O cessacionismo não é um mero erro doutrinário. É tão maligno quanto o satanismo em si, pois ambos chegam ao mesmo resultado: uma negação das obras de Deus, uma rejeição de seu Espírito e um convite à dúvida de sua palavra. Um se veste de piedade, o outro de rebelião aberta, mas sua substância é a mesma.

A questão, então, é moral em sua essência. A fé pertence ao lado do bem porque afirma o caráter de Deus e recebe suas promessas como verdadeiras. A incredulidade pertence ao lado do mal porque recusa sua palavra e o chama de mentiroso. A cura, os milagres e a prosperidade não são características negociáveis do cristianismo. Elas são garantias da aliança assegurada em Cristo, manifestações de seu poder por meio do Espírito. Negá-las é negar o próprio Deus. A linha está traçada, e ela corta limpa pelo mundo religioso. De um lado estão aqueles que creem em suas promessas, e do outro estão aqueles que as resistem. Esta é a verdadeira divisão, mais afiada do que qualquer contraste entre denominações, tradições ou escolas de interpretação.

Entre o bem e o mal não há meio-termo. Aqueles que rejeitam as promessas de cura e abundância não ocupam um espaço neutro. Eles se colocaram ao lado dos inimigos de Deus, quer saibam disso ou não. Sua incredulidade compartilha o espírito da rebelião satânica, porque realiza a mesma tarefa de obscurecer a glória de Cristo e suprimir a fé do seu povo. Reconhecer isso é enxergar através dos disfarces da linguagem teológica e do debate interpretativo. O que muitas vezes se apresenta como erudição ou tradição é, em substância, o mesmo mal que se opõe a Deus desde o princípio.

A questão da cura e dos milagres é, portanto, decisiva. Ela expõe o coração do homem, se ele receberá Deus como Ele se revela, ou se ele moldará uma imagem distorcida de Deus que nega o Seu poder. As Escrituras não deixam ambiguidade. Elas testificam de um Deus que cura, que prospera, que livra e que continua a realizar obras poderosas em resposta à fé. Acreditar nisso é ficar ao lado do bem. Negá-lo é abraçar o mal. Entre os dois não há comunhão. A escolha pertence a todo homem: alinhar-se com o Deus que cumpre as Suas promessas, ou ficar do lado da rebelião que as despreza.

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Between Good and Evil ↗