Deus Não É a Sua Desculpa

Os profetas revelaram Deus como o soberano governante que comanda e governa todas as coisas. Seus anúncios sobre a soberania divina não eram convites para se retirar da responsabilidade, mas chamadas para obedecer e crer. Quando Isaías declarou que as nações são como uma gota no balde diante de Deus, o ponto não era encorajar o desespero sobre a fraqueza humana, mas magnificar a confiança na força divina. Quando Jeremias proclamou que Deus levanta e derruba reinos, ele não deu a Israel permissão para definhar na incredulidade. Os profetas não usaram a soberania de Deus como um escudo para a passividade. Eles a ergueram como a mais alta razão para ação ousada e fé incansável.

Na plenitude dos tempos, Jesus Cristo apareceu como a revelação perfeita de Deus. Ele explicou Deus com palavras e ações, mostrando como o Pai é. Nele, a soberania de Deus não é abstrata, mas encarnada e ativa. Jesus nunca permitiu desculpas. Quando as pessoas alegavam fraqueza, ele exigia fé. Quando tremiam de medo, ele ordenava que acreditassem. Ele expôs toda forma de resignação como incredulidade. Suas obras de cura, sua autoridade sobre demônios e seu poder sobre a natureza não retratavam a soberania divina como uma desculpa, mas como um fato que leva à confiança e obediência. Se Deus governa todas as coisas, então ninguém tem motivos para dizer que a fé é opcional.

As desculpas frequentemente se apresentam como piedade, mas surgem do orgulho. A pessoa que diz “Eu vou acreditar, mas Deus é soberano” pensa que está demonstrando reverência pelo governo divino, quando na realidade está se protegendo da exposição da incredulidade. As desculpas são manobras psicológicas para suavizar a vergonha da covardia. Em vez de admitir a dúvida, um homem disfarça sua fraqueza com linguagem teológica, apelando para a soberania de Deus como se fosse humildade. Isso é engano. A desculpa não diminui a culpa da incredulidade, mas a agrava. Pois a incredulidade é um pecado, mas a incredulidade mais a hipocrisia resulta em dois pecados. O que faz desculpas não apenas falha em acreditar, mas também corrompe a doutrina da soberania divina para se justificar.

A fé é um poder espiritual. Ela gera força interior e resistência, e impulsiona a mente para uma perspectiva de expectativa confiante. O otimismo não é um temperamento natural, mas a forma que a verdadeira fé assume quando confrontada com o futuro. É a convicção de que o governo de Deus garante o triunfo de suas promessas. O pessimismo, por outro lado, não é um humor inofensivo. É satânico. Olhar para a soberania de Deus e responder com melancolia é negar sua natureza. O pessimismo torna o diabo o governante efetivo dos pensamentos de alguém. Se a sua visão de Deus produz desespero, então o deus que você serve é Satanás. A maioria das pessoas religiosas serve a Satanás.

As Escrituras oferecem contrastes que revelam a perversidade das desculpas. Daniel enfrentou a ameaça de morte em Babilônia, mas orou com ação de graças e confiou na autoridade de Deus. Davi enfrentou Golias com uma declaração de que o Senhor dos Exércitos lhe daria a vitória. Paulo suportou prisões, naufrágios e conspirações, mas escreveu cartas que irradiam força, alegria e expectativa. Esses homens enfrentaram provações maiores do que a maioria dos crentes jamais verá, mas responderam com um otimismo que era sobrenatural. Eles não disseram: “Eu vou tentar, mas Deus é soberano”. Eles possuíam certeza precisamente porque Deus é soberano. Suas vidas fazem com que toda desculpa de hoje pareça vergonhosa.

Uma das formas mais insidiosas de dar desculpas é a falsa piedade de “mas Deus é soberano”. Pessoas dirão: “Eu espero cura, mas Deus é soberano.” Ou: “Sim, Jesus prometeu isso, mas Deus é soberano.” A fórmula soa santa para os tolos, mas obviamente esvazia a fé de seu significado. Ela usa a soberania divina como uma arma contra a palavra de Deus, distorcendo seu governo em um álibi para a incredulidade. A pessoa que fala dessa maneira cancelou sua própria expectativa. A soberania de Deus torna-se a desculpa para evitar crer, o escudo para se proteger contra a decepção, o refúgio para um coração covarde. No entanto, a própria soberania invocada aqui é a razão pela qual a fé deve ser absoluta. Se Deus governa, então suas promessas são certas. Se ele é Rei, então sua palavra é inquebrável, e o otimismo é a única postura racional. Esconder a incredulidade atrás da soberania divina, como quase todos os que afirmam a doutrina têm feito, é voltar Deus contra si mesmo.

O otimismo sobrenatural não é uma característica marginal. Ele é o paradigma da própria fé. A fé espera o bem de Deus como uma visão de mundo estabelecida. Crer é olhar para o futuro com certeza de que Deus agirá de acordo com a sua palavra. O otimismo não é alegria de personalidade, mas uma postura racional e espiritual fundamentada na soberania divina. Em contraste, o pessimismo não é simplesmente a marca de um temperamento mais sombrio. Ele é a expressão de uma visão de mundo rival. Ele assume que o mal triunfará, que as promessas de Deus falharão, que a fé será decepcionada. Essa é a mente de Satanás, não de Deus. Adotar o pessimismo como estrutura própria é confessar lealdade a outro senhor.

A soberania de Deus é a razão mais poderosa para o otimismo, o fundamento mais forte para a fé e o terreno mais seguro para a alegria. Reduzi-la a uma desculpa para a incredulidade é perverso. As desculpas nascem da covardia e são sustentadas pelo orgulho. Elas transformam a majestade divina em uma cobertura para o pecado. Elas disfarçam a dúvida como reverência, quando na verdade são insultos contra o Deus que governa. Os profetas e apóstolos não viviam dessa maneira. Jesus Cristo não ensinava dessa maneira. Aqueles que vivem dessa maneira são inimigos da fé e aliados de Satanás.

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God Is Not Your Excuse ↗