Cura: Marca de uma Igreja Verdadeira

Alguns cristãos professos declaram que é antibíblico organizar uma reunião com a expectativa de milagres de cura. O raciocínio deles é que, ao fazer isso, presume-se sobre Deus, como se suas promessas fossem incertas demais para serem levadas ao pé da letra. Eles recuam ao pensamento de entrar em uma reunião com a confiança de que milagres ocorrerão. No entanto, essa postura é em si a verdadeira presunção. Ela trata as promessas divinas como se fossem palavras frágeis que podem ou não ser cumpridas, e trata o evangelho como se fosse meramente uma oferta sem cumprimento. As Escrituras exigem que esperemos o que Deus falou, e que organizemos nossas vidas e assembleias de acordo com essa expectativa. Condenar uma reunião de cura é condenar a prática de crer na palavra de Deus.

A crítica, quando reduzida à sua essência, resume-se a dizer que é errado esperar que Deus cumpra as suas promessas. Na verdade, isso significa que deveríamos esperar que Deus minta na maior parte do tempo. Esse é o cerne do argumento deles. Quando alguém declara que é antibíblico reunir-se com o propósito de cura, a acusação não é contra a forma da reunião, mas contra a realidade da fé em si. Pois a fé não é nada além da expectativa de que Deus fará o que disse. Objetar contra tal expectativa é objetar contra a essência da fé e posicionar-se contra toda a estrutura da religião bíblica. A lógica da posição deles significaria que toda assembleia de crentes deveria ser despojada de expectativa e esvaziada de fé, de modo que a adoração se torne a repetição de palavras sem a antecipação do cumprimento.

A verdade é que a cura é uma marca de uma igreja verdadeira tanto quanto o evangelismo, e uma igreja que não ora por milagres de cura e não os experimenta não tem equivalente nas Escrituras. Ninguém na Bíblia conhece tal igreja. A cura é integral à obra de Cristo e inseparável de seu ministério. Ela não é uma curiosidade periférica ou um suplemento esporádico, mas uma das principais expressões de seu poder redentor. Falar de perdão de pecados é falar também da cura de doenças, pois o evangelho os une como dois benefícios que procedem da mesma fonte. Falar de expiação é falar de integridade e restauração. Qualquer assembleia que exclui a expectativa de cura mutila o evangelho, apresentando uma representação falsa da obra de Cristo e ocultando sua plenitude.

A postura daqueles que rejeitam a cura trai a presença de um espírito estranho. Não se trata de cautela intelectual, mas de hostilidade demoníaca em relação às promessas de Deus. Eles se rotulam como cristãos, mas não demonstram fé nem compaixão. Eles constroem um sistema de ortodoxia falsa, no qual o padrão de verdade não é a Escritura, mas a aprovação mútua. Eles se elogiam uns aos outros por sua dúvida, chamando-a de equilíbrio ou sobriedade, enquanto tratam a fé na palavra de Deus como fanatismo. Eles perseguem aqueles que realmente creem, tratando-os como se fossem os inimigos da fé. Sua ortodoxia é um sistema de incredulidade consagrado pela repetição e protegido pela reputação, uma casca que os protege da exposição enquanto eles blasfemam contra as promessas de Deus.

Suas acusações são previsíveis. Eles falam de “fogo estranho” sempre que alguém prega a fé e a cura. No entanto, o fogo que queima em seus púlpitos é o fogo do inferno em si. Quando Deus chamou Moisés, ele autenticou a missão por meio de sinais que saíam de um arbusto que queimava, mas não era consumido. Mas, quando esses homens falam, suas palavras ressoam com a pergunta da serpente: “Foi isso mesmo que Deus disse?”. Eles chamam sua suspeita de salvaguarda, mas ela é o eco de Satanás no jardim, o mais antigo ataque à palavra de Deus. Eles nos lembram que até o diabo cita as Escrituras, como quando ele tentou Cristo no deserto, ou quando impostores invocaram o nome de Jesus em Atos e foram dominados por demônios. Falar algumas das palavras de Deus enquanto nega seu significado é a tática do inimigo. Esses críticos se contentam em soar bíblicos enquanto minam a verdade.

Os infiéis fingem pregar o evangelho, mas pregam o evangelho de sua herança religiosa, não o evangelho de Jesus Cristo. Há apenas um evangelho, não sujeito a interpretação, e ele anuncia o perdão, a justificação, a cura e os milagres, a profecia e as línguas, a fé, o amor e a vida eterna. Alegar pregar o evangelho enquanto denuncia um dos principais impulsos do ministério e da comissão de Cristo é o auge do comportamento satânico e da hipocrisia religiosa. Suas palavras de crítica tornam-se sua própria acusação. Eles declaram que não esperam que Deus cumpra sua palavra, e condenam aqueles que dizem que ele o faz. Eles rotulam como presunção a própria fé pela qual os homens são justificados.

Se somos cristãos, é claro que devemos esperar milagres, e é claro que devemos anunciá-los. Abster-se disso seria tratar Deus como um mentiroso. A fé é o reconhecimento de que ele agirá de acordo com suas promessas. Aqueles que denunciam reuniões de cura são inimigos da igreja e da humanidade, e devem ser confrontados com a gravidade condenatória de sua incredulidade. Se persistirem, devem ser considerados para excomunhão, porque não são céticos inofensivos, mas agentes de destruição. Ao negar as promessas de Deus, eles se alinham com o adversário, e ao desencorajar a fé, corroem a confiança do povo de Deus. Certamente, ninguém assim é qualificado para o ministério ou qualquer forma de ensino.

O problema, então, não é se reuniões de cura são permitidas, mas se reuniões sem cura devem ser permitidas. As primeiras são exigidas pelo evangelho; as últimas são uma contradição dele. Proclamar Cristo enquanto se exclui a cura é apresentar outro Cristo, uma pessoa diferente daquela revelada nas Escrituras. Censurar aqueles que esperam milagres é censurar o próprio ato de fé no evangelho. A igreja não pode tolerar tal incredulidade sem destruir sua fundação. A palavra de Deus nos compele a crer e a anunciar. Aqueles que resistem são auto-condenados. Eles provam que sua piedade é falsa. Sua ortodoxia é fraudulenta, e sua lealdade é satânica.

Reuniões de cura são bíblicas e necessárias. Elas são inseparáveis do evangelho. Elas dão testemunho da natureza da obra de Cristo, afirmando que suas promessas permanecem ativas e seus benefícios continuam disponíveis. Rejeitá-las é despojar o evangelho de sua realidade e negar sua verdade. A igreja deve apegar-se firmemente à promessa e proclamá-la abertamente. Ela deve condenar todos os que buscam suprimi-la. A palavra de Deus não permite neutralidade nesse assunto. Ela exige fé e confissão. Pregar Cristo é pregar a cura, e reunir-se em seu nome é esperar seus milagres entre nós.

📖 Artigo original:

Healing: Mark of a True Church ↗